
Fórum Respostas Capitais. Crédito: Fernando Lacerda.
Contrariando uma tendência de empresas do Rio Grande do Sul que são adquiridas por grupos nacionais, a Melnick Even fez um caminho inverso. Em 2015, a partir de um fundo majoritariamente gaúcho, assumiu o controle da Even – que já era parceira da construtora desde 2008. As lições e os desafios dessa trajetória foram compartilhados com líderes empresariais e jornalistas na sede da
RBS na manhã desta terça-feira (2) por Leandro Melnick, durante o Fórum Respostas Capitais.
Há pouco mais de um mês, o gestor tornou-se CEO da Even, acumulando o comando do grupo nacional e a direção dos negócios locais. Segundo ele, todos os movimentos dos últimos anos – marcados por solavancos nas economias gaúcha, brasileira e global – foram realizados com uma base sólida de gestão e a partir de análise macroeconômica.
– Mesmo quando éramos de pequeno porte, já tínhamos práticas que nos diferenciavam das outras companhias. A meta principal era a rentabilidade do capital. Amadurecemos muito e aí, quando veio a crise, conseguimos aproveitar as oportunidades, porque os ativos ficaram baratos – contou.
Impacto social – De acordo com Melnick, um dos propósitos da empresa é desenvolver projetos que impactem a vida das cidades. Uma das ações mais recentes foi o empreendimento no Pontal do Estaleiro, em Porto Alegre. O CEO relatou que o receio de uma eventual repercussão negativa foi logo reduzido pelo atual momento vivido pela sociedade, que demanda desenvolvimento.
– Do total da obra, quase 27 mil m² foram destinados para um parque público. A grande demanda da sociedade, que era não “privatizar” a orla, foi contemplada. Será uma obra com alto padrão de equipamentos públicos e um conjunto privado ao lado. Vai ser extraordinário para Porto Alegre – comemorou Melnick.
Este ano, o empresário decidiu passar um período vivendo com a família nos Estados Unidos e viajando uma semana por mês para o Brasil. Segundo ele, isso só foi possível graças ao nível de profissionalização da empresa. E para o futuro, ele garantiu a independência da estrutura nacional e das demais unidades estaduais.
– O setor imobiliário é muito local, não é escalável. Não adianta afastar o negócio de onde ele acontece de verdade – defendeu.
História inspiradora – Promovido por
Zero Hora, o evento foi conduzido pela jornalista de Marta Sfredo e é uma extensão da coluna +Economia, com publicação de conteúdos no jornal digital
GaúchaZH, no jornal impresso e em vídeo.
– Essa é a história de uma empresa que deu volta e meia e contrariou a tendência majoritária de companhias gaúchas, que é a de perder participação. É uma história interessante e inspiradora para todos – disse a colunista.
O Fórum Respostas Capitais reúne convidados para uma entrevista interativa com personagens que pensam e fazem a economia, como empresários e economistas. Desde novembro de 2015, foram entrevistados nomes como José Galló, presidente da Lojas Renner, Ricardo Vontobel, sócio da Neugbauer, Carlos Tramontina, presidente da Tramontina, Nelson Eggers, diretor-presidente da Fruki, Julio Mottin Neto, do Grupo Dimed, entre outros.