No mês de 40 anos do programa, a Rede Globo e a RBS TV Florianópolis se uniram para produzir um especial que será exibido nesta sexta-feira (19)
O Globo Repórter comemora 40 anos no ar e, neste mês de aniversário, uma equipe de profissionais da RBS TV SC foi convidada a produzir um especial em uma co-produção com a Rede Globo. O programa, que vai ao ar nesta sexta-feira (19), revela o cotidiano de brasileiros que, muitas vezes, nem percebem, mas são personagens de um "Big Brother da vida real". Gravado em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o programa descortina o mundo cercado e invadido pelas câmeras, que estão por toda parte e provocam um impacto cada vez maior na rotina das pessoas.
Em Florianópolis, a reportagem mostra um restaurante em que o cliente pede a comida em casa e acompanha, pela internet e em tempo real, o prato sendo preparado na cozinha do restaurante. Na região sul de Santa Catarina, a equipe de reportagem encontrou uma das comunidades mais monitoradas do Brasil. Em Rio Morosini, a média é de uma câmera para cada três habitantes; elas chegaram lá antes mesmo do asfalto. Como resultado, desde que instalou a vigilância eletrônica, há dois anos, a comunidade não registra nenhum assalto.
O programa também revela muitas histórias por trás das câmeras. Quem são as pessoas que estavam na hora certa, no lugar certo e conseguiram registrar flagrantes que viraram manchetes em jornais do mundo inteiro? Um morador de rua, um lojista, pessoas comuns, os chamados cinegrafistas amadores, são "os olhos das ruas".
O Globo Repórter mostra ainda como funciona o maior sistema de monitoramento de trânsito do país e as câmeras inteligentes do Túnel Rebouças, no Rio de Janeiro. Em São Paulo, a cidade mais monitorada do Brasil, a polícia usa equipamentos com sensores de temperatura e micro-câmeras capazes de atravessar frestas de paredes.
Mas as câmeras também podem interferir na vida das pessoas de forma negativa. Uma jornalista entrevistada pela equipe de reportagem conta que sofreu um "assassinato moral". Fotos e vídeos da mulher em momentos íntimos foram parar em milhões de sites pornográficos. Ela acusa o ex-companheiro de compartilhar imagens que destruíram sua reputação.
– É surpreendente perceber que as câmeras estão transformando a vida das pessoas e que o desenvolvimento da tecnologia está cada vez mais avançado. As câmeras têm redes neurais, têm capacidade de aprender e são cada vez mais inteligentes. Mais do que termos nossos comportamentos observados, estamos sendo analisados pelas câmeras. Elas não só registram, mas também alertam os operadores de câmeras quando algo está fora dos padrões. Este é mesmo o Big Brother da vida real – comenta Kíria.
O programa conta com reportagens de Kíria Meurer, direção de Margarida Santi, produção de Assimina Vlahuo e imagens dos cinegrafistas Julio Aguiar, José de Arimatéa, Gito Rossi e Rogério Rocha, auxiliar técnico em Santa Catarina Maicon Damasceno. Edição de imagens de Roberto Cavalcanti no Rio de Janeiro e finalização de Paulo Sampaio.