Eduardo Smith, vice-presidente de Jornais, Rádios e Digital do Grupo RBS, falou sobre o envolvimento do jornalismo e do poder judiciário em palestra ministrada em Chapecó
Jornalismo e Judiciário independente são filhos inseparáveis da democracia. O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Britto os qualifica como “irmãos siameses”. Em palestra no IV Simpósio Judiciário e Imprensa, realizado nesta quinta-feira (11) em Chapecó (SC), o vice-presidente de Jornais, Rádios e Digital do Grupo RBS, Eduardo Smith, falou das coincidências entre essas duas instituições e também das particularidades do jornalismo.
Promovido pela Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC) e a Associação Catarinense de Imprensa (ACI), o simpósio realizado no Lang Palace Hotel contou com a presença de ministros das cortes superiores do Brasil. Participaram cerca de 700 pessoas entre juízes, jornalistas, promotores de justiça, servidores do Poder Judiciário e acadêmicos de Jornalismo e Direito.
Ética, interesse público e contextualização e interpretação são os três eixos da atuação dos profissionais e dos veículos do Grupo RBS na área de jornalismo. Neste sentido, Eduardo Smith abriu o seminário com uma palestra focada em avanços e desafios do papel da imprensa e do Poder Judiciário no século XXI.
– A responsabilidade da imprensa e do judiciário é imensa, pois ambos têm o poder de mudar a vida das pessoas e da coletividade. Temos de exercer o papel de fazer justiça sem nos tornarmos justiceiros – argumenta Smith.
Na sequência, foram apresentados três painéis relacionados aos temas: Avanços no campo da cidadania e o novo momento nacional para a Justiça e a Imprensa brasileira; Novo momento da cidadania brasileira a partir do julgamento do mensalão e a convergência entre Judiciário e Imprensa para o fortalecimento da democracia; e Legalidade na Radiodifusão.
O colunista de política do Diário Catarinense, Moacir Pereira, participou do primeiro painel, no qual foram discutidas as experiências acerca do relacionamento entre imprensa e Judiciário no âmbito regional. O principal enfoque do debate foi a necessidade de descentralização e criação de estruturas de comunicação no interior do Estado. Discutiu-se também a criação de uma política efetiva de comunicação por parte do Judiciário e a implantação de uma disciplina de Direito nos cursos de Jornalismo como forma de consolidar a aproximação entre a Justiça e a sociedade através dos meios de comunicação. Moacir Pereira apontou a comunicação por meio das redes sociais como um dos caminhos para o Judiciário estreitar seu relacionamento com a imprensa e a sociedade. Participaram deste painel também o desembargador e ex-presidente da Associação dos Magistrados do Brasil, Rodrigo Collaço, o juiz de direito Ermírio Darold e o jornalista Alfredo Lang, tendo como mediador o juiz Rafael Sândi.
Na ocasião, o jornalista e historiador Moacir Pereira lançou suas mais novas obras literárias: “Nereu Ramos, José Boiteux, Altino Flores e Alírio Bossle: os 80 anos da Associação Catarinense de Imprensa” e “A comunicação em Santa Catarina: ensino, profissão e modernização”.
O Simpósio contou também com manifestações dos presidentes da Associação dos Magistrados Catarinenses, juiz de Direito Sérgio Luiz Junkes, e da Associação Catarinense de Imprensa, jornalista Ademir Arnon, do presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Cláudio Barreto Dutra, do corregedor geral de Justiça do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, desembargador Vanderlei Romer, e do Secretário Estadual de Comunicação, Nelson Santiago.
O Simpósio de Integração Judiciário e Imprensa teve o apoio do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, Unoesc, Unochapecó, Hotel Lang Palace, Pasteca, Coopercentral Aurora Alimentos, Cooperalfa e MB Comunicação Empresarial/Organizacional.