Saturday, 4 de February de 2012

Shows com participações especiais são destaque na segunda noite de Planeta Atlântida

Rogério Flausino, vocalista do Jota Quest, cantou com Falcão, durante o show de O Rappa

A chuva até que tentou atrapalhar, aumentando bem na hora em que iriam começar os shows do segundo dia do Planeta Atlântida. Mas não foi páreo para o reggae da Chimarruts, que abriu a maratona, muito menos para o vigor do NX Zero, responsável por um grande número de hits cantados pela plateia. A única música da banda paulista não acompanhada pela multidão foi “Em Comum”. Porque era inédita. Em sua quinta participação consecutiva no evento, o NX Zero fez o que quis com os planetários. Botou a molecada para suar com “Não É Normal”, “Além de Mim” e “Pela Última Vez”. Chamou Emicida (atração do Palco Pretinho Convida) para dividir os vocais em “Só Rezo”. Acalmou os ânimos com as baladas “Cedo ou Tarde”, “Onde Estiver” e “Cartas para Você” – esta última, entoada por Di Ferrero sentado à beira do palco. Quando todos achavam que nada iria superar este momento, o grupo surpreendeu com uma versão invocada de “Could You Be Loved”, de Bob Marley, preparando o clima para a saideira. A despedida foi com “Razões e Emoções”, que contagiou toda a sede da Saba Campestre, na praia de Atlântida, em Xangri-lá. Empolgado, o vocalista tirou a camiseta e se atirou nos braços do povo.

Antes da comoção causada pelo quinteto, a massa havia se aquecido com o ritmo gostoso da Chimarruts. Devoto do som jamaicano, o combo portoalegrense deu o pontapé inicial com “Iemanjá” e manteve o astral lá em cima com “Versos Simples” e “Pra Ela”. A apresentação teve espaço também para covers, como “Stir it Up” (Bob Marley), “My Girl” (Temptations) e “Meu Erro” (Paralamas do Sucesso).

Homenagem à Legião Urbana no show do Jota Quest

Em seguida, a Papas na Língua brindou o público com os sucessos "Eu Sei", "Blusinha Branca" e "I Fall In Love". Em "Pingos de Amor", o funkeiro Buchecha apareceu no telão. E, dali mesmo, fez um dueto virtual com Sergio Moah no clássico composto pelo baiano Paulo Diniz em 1971.

Na sequência, o Jota Quest presenteou os planetários trazendo o guitarrista Dado Villa Lobos e o baterista Marcelo Bonfá, ambos ex-Legião. Ambos entraram após os mineiros desfilarem seu consagrado repertório e emocionaram a multidão com o tributo a Renato Russo, pela primeiro vez no Rio Grande do Sul depois de ser aclamado como um dos maiores momentos do último Rock in Rio. Com Rogério Flausino no papel de Renato Russo, bastou Dado executar os primeiros acordes de "Tempo Perdido" para a Saba Campestre inteira acompanhar a letra. Vieram ainda "Quase Sem Querer", "Eu Sei" (cantada pelo guitarrista), "Que País É Esse?" (defendida por Bonfá) e o grande final, com "Será".

Ritmo de Marcelo D2 e O Rappa empolgou o público

A atração seguinte, Marcelo D2, teria de se  sforçar para não deixar a peteca cair. Movido pela batida perfeita que adotou em sua carreira solo e pelas rimas irreverentes que o fizeram uma das figuras mais controvertidas de sua geração, o rapper fez a molecada decolar logo no início, com "Vai Vendo" e "A Maldição do Samba". Aí foi só questão de levar na manha, homenageando Bezerra da Silva e Beth Carvalho, esmerilhando nas  esperadas "Mantenha o Respeito" e "CB Sangue Bom" e tirando onda com "Qual É".

O Planeta Atlântida continuou com a cara do Rio de Janeiro com O Rappa, de volta às turnês após um hiato de dois anos. A banda esbanjou intensidade, tanto no inflamado discurso social de suas letras quanto pelos novos arranjos para músicas conhecidas ("Minha Alma", "Pescador de Ilusões" e "Rodo Cotidiano"), tornando-as mais densas. Mesmo nas menos badaladas ("Barro"), sobressaía a usina sonora do grupo.

Para participar de "Me Deixa", o vocalista Falcão convocou Rogério Flausino, do Jota Quest. Em seguida, o baixista Champignon, do Charlie Brown Jr., subiu ao palco para mandar "Zóio de Lula", de sua banda. Nas mãos dos cariocas, a levada jamaicana original foi encorpada com a utilização de efeitos que preenchiam os espaços de sua espinha dorsal. Para fechar com a pulsação a mil, o grupo despediu-se com "Reza Vela".

Os gritos das garotas começaram assim que Luan Santana foi anunciado como a próxima atração. E só paravam quando elas acompanhavam o ídolo cantando "Meteoro da Paixão", "Química do Amor" e "Nega". Na hora de "Chocolate", o cantor puxou uma fã para o palco e deu bombom na boca dela. Para acabar com tudo, ainda emendou um medley com "Panamericano", "Sou Praieiro", "Não Quero Dinheiro" e "Ai Se Eu Te Pego".

Final explosivo com Taio Cruz

Taio Cruz não precisou de mais do que um DJ para justificar toda a fama que tem. Foi com o desafio de superar ou, no mínimo, igualar o neo-sertanejo que Taio Cruz pegou o microfone.  Enquanto do fundo do palco trás eram disparadas bases pré-gravadas de uma mistura de rap, R&B e eletrônica, ele enfileirava músicas com lugar garantido em qualquer pista de dança atual. Seu show encerrou a 17ª edição do Planeta Atlântida, que reuniu 90 mil pessoas na sede da Saba Campestre, em Xangri-lá, no litoral gaúcho. Filho de brasileira com nigeriano, o inglês já começou bombando com "Hangover", casada com outra paulada, "Break Your Heart". Daí em diante, foi uma sucessão de músicas sem pausa entre uma e outra, incluindo as estouradas "Troublemaker" e "Dirty Pictures" e culminando com o final explosivo de "Dynamite".