Friday, 3 de February de 2012

Festa dos planetários celebra a música em Atlântida

Alguns dos maiores artistas locais e nacionais se apresentaram na primeira noite do Planeta Atlântida 2012 - RS nesta sexta-feira (3)

Alguns dos maiores artistas locais e nacionais se apresentaram na primeira noite do Planeta Atlântida 2012 - RS nesta sexta-feira (3)

“Ah, eu sou gaúcho!”. O brado ecoou forte por toda a sede da Saba Campestre quando o expoente da música nativista Neto Fagundes executou o Hino do Rio Grande do Sul, abrindo o Planeta Atlântida 2012. Na primeira noite, o festival se encerrou com o rapper americano Sean Kingston e teve também shows de Armandinho, Michel Teló, Capital Inicial, Ivete Sangalo, Charlie Brown Jr., Lulu Santos e Fresno no palco principal.

Refrescados pela chuva, os planetários recepcionaram Armandinho, com o carinho dedicado a um velho conhecido. Nem poderia ser diferente: o cantor nascido em Santa Rosa (RS) e radicado em Itajaí (SC) tem uma relação especial com o evento. Já participou de seis edições e, na de 2003, começou a despontar para o país. Visivelmente emocionado, ele brindou o público com uma apresentação arrebatadora.

Além dos hits que todos sabiam na ponta da língua (“Rosa Norte” e “Reggae das Tramanda”), Armandinho trouxe uma série de surpresas. Cantou em espanhol, citou Jimi Hendrix ao arriscar “Voodoo Child” na guitarra e chamou os catarinenses do Dazaranha e o conterrâneo Vitor Kley para juntarem-se a ele no palco. E, novamente, a multidão urrou “ah, eu sou
gaúcho!”. A vibração continuou em alta com “Toca uma Regueira Aí” e, para fechar, Armandinho mandou outro grande sucesso, “Semente”.

Ivete eletriza o litoral gaúcho na voltagem do carnaval baiano

De cabelo preso, vestido dourado e microfone na mão, Ivete Sangalo tocou as primeiras notas em um andamento lento. Soltou a voz, bem devagar: “Aceleraê...”
Foi o estopim para, assim que a cantora apareceu em cena, o Planeta Atlântida reproduzir a energia do carnaval de Salvador. Sem abadá, mas com milhares de foliões pulando no litoral gaúcho.

Acostumada a encarar multidões, a baiana recheou seu show de hits do início ao fim, como “Chão da Praça”, “Na Base do Beijo” ou “Sorte Grande (Poeira)”, alternados com versões. A lista incluiu “Amor Igual ao Teu” (Cidade Negra), “Não Quero Dinheiro” (Tim Maia), “Abra Suas Asas” (Frenéticas), “I Love to Love” (Tina Charles) e “País Tropical (Jorge Ben). Entre uma e outra, ela atiçava a massa. “Eu queria estar aí no meio, o que vocês acham? Vou?”, perguntou. Não dá ideia!

Ivete Sangalo foi a sexta atração do palco principal da primeira noite de Planeta Atlântida. A Fresno veio em seguida e deixou muito clara a sua alegria por estar ali. Não é para menos, pois a banda nasceu em Porto Alegre e cresceu no evento. Sua pegada roqueira incendiou a molecada com “Deixa o Tempo”, “Revanche” e “Eu Sei”. Para completar, dispararam um trecho do Hino Rio-Grandense, botando a gauchada em chamas.

A seguir, Lulu Santos uniu gerações e recordou músicas que fizeram sua fama nos últimos 30 anos – joias do quilate de “Toda Forma de Amor”, “Quando Um Certo Alguém” e “O Último Romântico”. De guitarra em punho, o veterano carioca chegou a se despedir em clima de zen-surfismo com “Como Uma Onda”. A empolgação, porém, foi maior e ele voltou para a saideira de verdade, “Tempos Modernos”.

Quem viu um novo começo de era foram os fãs do Charlie Brown Jr. Ou melhor, um recomeço: celebrando o retorno do baixista Champignon e do guitarrista Marcão, os santistas incluíram muitos clássicos da formação original no repertório. Logo de cara, descarregaram “Te Levar”, “Zóio de Lula” e “Tudo que Ela Gosta de Escutar” – o que não deixou de ser também um tributo à trajetória da própria banda no festival, onde já tocou em 11 edições. Houve espaço ainda para o vocalista Chorão homenagear Bob Marley, com “Three Little Birds”, antes de encerrar com “Papo Reto”.

Sean Kingston encerra primeira noite enfileirando hit atrás de hit

O rapper americano Sean Kingston encerrou a primeira noite do Planeta Atlântida mostrando porque está estourado lá fora. Acompanhado apenas por um DJ, o aniversariante –22 anos completados nesta sexta-feira – enfileirou hit atrás de hit, fazendo as cerca de 50 mil pessoas dançarem como se já não estivessem há mais de 12 horas curtindo os shows
realizados na Saba Campestre.

Kingston já queimou um de seus trunfos na largada, com “Me Love”, que cita “D’yer Maker”, do Led Zeppelin. Mas havia outros ases na manga, descartados em “Letting Go” (na qual convidou oito garotas da plateia para subirem ao palco) “Eenie Meenie” e “Fire Burning”. Valeu de tudo para manter o público aceso, até “Party Relock”, do LMFAO. No final, ele mesmo puxou o “happy birthday”, sendo seguido por um coral gigante.

Sucesso internacional faz público vibrar com Michel Teló

O rapper tinha motivos para comemorar. Além da “data querida”, encarou e se deu bem no desafio de suceder ninguém menos do que um fenômeno mundial. Michel Teló estreou no Planeta Atlântida com a moral na estratosfera. Tocou as conhecidas “Ei, Psiu, Beijo Me Liga” e “Fugidinha”. Chamou Jonathan Correa, do Reação em Cadeia, para juntos cantarem “Me Odeie”, da banda gaúcha. Na sanfona, reverenciou o regionalismo com as clássicas “Saudade da minha terra”, “Canto Alegretense” e “Querência Amada”.

Mas tudo funcionou como um prenúncio para o momento “Ai Se Eu Te Pego”, introduzido pela exibição de imagens de celebridades e anônimos de diversas nacionalidades a cantando ou fazendo sua coreografia. Terminado o vídeo, Teló nem precisou cantá-la ao vivo, porque o público se encarregou disso. Como foi o responsável, também por puxar sua versão em inglês. Impressionado, o artista contou que só faltam dois países para a música chegar ao primeiro lugar na Europa.

Antes de o sertanejo tomar conta do pedaço, o Capital Inicial lembrou que o rock sempre terá espaço no festival e no coração da juventude. Experiente, a banda investiu em um set list eficiente, que incluiu Clash (“Should I Stay or Should I Go”), Raimundos (“Mulher de Fases, com participação do guitarrista Digão) e, claro, os hinos dos brasilienses, representados pela quadra “Música Urbana”, “Fátima”, “Veraneio Vascaína” e “Que País É Esse?”. Depois de tanta política, o desfecho pendeu para o lado mais moderno do grupo, com “À Sua Maneira”.