Monday, 28 de January de 2019

Comunicado: Repórter de Zero Hora é retido por duas horas em Caracas

A respeito da retenção do jornalista Rodrigo Lopes, de Zero Hora, em uma unidade militar em frente ao Palácio Miraflores, em Caracas, na Venezuela, o Grupo RBS reitera sua defesa à liberdade de imprensa e repudia toda e qualquer forma de violência dirigida a jornalistas em atividade profissional. O episódio ocorreu na sexta-feira, 25 de janeiro. O repórter de 40 anos teve o celular e o passaporte apreendidos durante duas horas, período em que ficou retido pelas forças do governo de Nicolás Maduro no Centro Estratégico de Seguridad y Protección de la Pátria. Lopes cobria uma manifestação de apoiadores de Maduro próximo ao Palácio Miraflores, quando foi abordado por um homem não identificado. Ele arrancou o celular de suas mãos e começou a ver as imagens registradas no aparelho. Ao observar fotos e vídeos de um comício do líder da oposição Juan Guaidó, coberto pelo repórter no início da tarde, conduziu o jornalista de forma coercitiva para dentro da área protegida por barreiras militares. Outros militares obrigaram o jornalista a permanecer sentado em uma sala sem comunicação com o exterior. Um militar chegou a ameaçar prendê-lo e bater nele. O repórter foi interrogado e teve de responder acerca da linha editorial do veículo para o qual trabalha. Lopes também teve o pedido de comunicação com a Embaixada do Brasil em Caracas negado três vezes. Após duas horas retido, o repórter foi escoltado até fora da unidade. Recebeu celular e passaporte. Antes, porém, foi fotografado e ameaçado. Caso fosse pego novamente, seria preso e responderia processo segundo as leis venezuelanas. A RBS, em conjunto com o repórter, decidiu retirá-lo de Caracas, uma vez que não havia mais condições mínimas de segurança para atuação do profissional depois da detenção. Rodrigo Lopes é repórter especial de Zero Hora, onde trabalha há 22 anos. Tem em seu currículo mais de 30 coberturas internacionais, principalmente em áreas de guerra e catástrofe, como Síria, Iraque, Líbia, Líbano e Haiti, entre outras. Em 2003, foi laureado com o Prêmio Rey de España de Periodismo.