
Foto: George Fortunato, Pedro Cherem, Marcelo Rech e Pedro Martins da Silva. Crédito: José Luiz Somensi | Divulgação.
Num cenário em que notícias falsas – as chamadas
fake news – se difundem com rapidez e impõem ameaças à sociedade, a credibilidade e o profissionalismo emergem como palavras-chave para os profissionais da comunicação. Esta foi uma das visões compartilhadas no painel Brand Safety em Foco, realizado pelos jornais da RBS em Santa Catarina para discutir os riscos da associação de marcas a conteúdos sem verificação. O evento ocorreu na tarde desta quarta-feira (24) no auditório da Fiesc, em Florianópolis.

Foto: George Fortunato, Pedro Cherem, Marcelo Rech e Pedro Martins da Silva. Crédito: José Luiz Somensi | Divulgação.
– Diante do excesso de informações que recebemos hoje, temos sido impactados por notícias que, se não aprofundadas para além das manchetes ou na verificação de fontes, podem levar a interpretações enganosas da realidade. O mundo todo tem discutido esta temática e não poderia ser diferente na nossa empresa e no nosso Estado – destacou o diretor de negócios da RBS SC, Delton Batista, ao recepcionar os participantes. O executivo ressaltou ainda que os jornais da RBS SC estão em fase final de validação de uma certificação do Instituto Verificador de Comunicação (IVC), o selo
Quality Certifier, que torna
premium publishers os seus veículos impressos e online, com audiência verificada pela instituição.
Um dos destaques do evento foi a participação de Marcelo Rech, presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e do Fórum Mundial de Editores (WEF), ligado à Associação Mundial de Jornais (WAN-Ifra). Ao expor suas ideias, Rech explicou que a internet ampliou as possibilidades de publicação de conteúdo e representou o rompimento de um paradigma em que a comunicação era unidirecional. Este cenário, aponta o executivo, passa a ser problemático na medida em notícias falsas se difundem com agilidade e amplitude, no embalo de algoritmos desenvolvidos para fortalecer não a verdade, mas opiniões pré-concebidas dos usuários.

Foto: George Fortunato, Pedro Cherem, Marcelo Rech e Pedro Martins da Silva. Crédito: José Luiz Somensi | Divulgação.
Rech citou exemplos de momentos históricos em que
fake news alcançaram ampla repercussão, como a Primavera Árabe e a eleição de Donald Trump. Em sua fala, apresentou ainda conceitos como o de pós-verdade, que mobiliza debates em diversos países desde 2016. Por fim, ressaltou que a difusão de notícias falsas não é um problema apenas para o mercado de comunicação, mas para a sociedade como um todo, uma vez que representa reais ameaças à democracia e às relações diplomáticas.
Na sequência, o presidente do IVC, Pedro Martins da Silva, comentou as implicações do fenômeno das
fake news para o mercado publicitário. O executivo reforçou a importância de buscar veículos de comunicação com certificação na hora de anunciar um produto ou serviço. O IVC, por exemplo, realiza uma avaliação em diversas frentes, como a verificação da quantidade de acessos, a qualidade do tráfego e a análise de procedimentos de um site ao identificar uma ação inválida, como cliques gerados por robôs.
Após as falas de Rech e Silva, teve início um debate com mediação do gerente-executivo de jornais da RBS SC, George Fortunato. Participou também da discussão o presidente do Sindicato das Agências de Propaganda de Santa Catarina (Sinapro/SC), Pedro Cherem. O público teve a oportunidade de enviar perguntas, a partir das quais foram tratados temas como os hábitos de consumo de informação em mídias sociais, o reconhecimento da mídia profissional e práticas indesejadas como o uso de bloqueadores de anúncios.
O Painel Brand Safety em Foco foi uma realização dos jornais
Diário Catarinense,
Hora de Santa Catarina,
A Notícia e
Jornal de Santa Catarina. A iniciativa contou com apoio de Fiesc, Acaert, ACI, Sinapro/SC, Grupo de Mídia, ABAP/SC, ABRADi/SC, ABCOMM/SC, Acontecendo Aqui e Academia de Negócios e Soluções da RBS SC.