Friday, 13 de January de 2017

Grupo de Investigação da RBS revela detalhes do neonazismo no Rio Grande do Sul

Reportagem traz entrevista com italiano monitorado pela Interpol, considerado responsável por captar gaúchos para a guerra na Ucrânia
Capa DOC_Cerco aos NeonazisOs bastidores da operação que investiga a rede de recrutamento de neonazistas gaúchos para a guerra civil na Ucrânia é o tema de grande reportagem do Grupo de Investigação (GDI) da RBS. A matéria de nove páginas é capa do caderno DOC, da superedição de Zero Hora, deste sábado (14). Produzido por Carlos Rollsing, Cid Martins e Maurício Tonetto, o conteúdo explica o avanço da ideologia radical da extrema-direita no Estado nas últimas décadas. Além disso, mostra como as redes sociais tornaram-se facilitadoras para o recrutamento de radicais para lutar na Ucrânia e traça o perfil de jovens gaúchos suspeitos de integrar grupos neonazistas. Um dos destaques da reportagem é a entrevista de Francesco Fontana, italiano investigado pela polícia gaúcha e monitorado pela Interpol por sua atividade política. Desde 2005, Cid e o repórter Fábio Almeida, da RBS TV, acompanham grupos neonazistas no Estado. No fim de 2016, os veículos da RBS divulgaram em primeira mão uma operação deflagrada pela polícia civil sobre o assunto. A 1ª DP da Capital investigava há mais de meio ano um movimento armado que recrutava os extremistas gaúchos para a guerra no Leste Europeu. A partir dos contatos com as autoridades, o GDI retomou a busca por dados que permitissem fazer um raio-x do movimento extremista que existe no Rio Grande do Sul. – Conseguimos ir além e entrevistar o italiano, que, de acordo com as autoridades, é o responsável por captar os simpatizantes da ideologia de Hitler do Rio Grande do Sul para serem treinados na Europa. Aprofundamos o que a polícia fez e buscamos as motivações dessas pessoas, que fazem com que se sintam atraídas por ideais que causaram o genocídio de cerca de 6 milhões de judeus na II Guerra Mundial – destacou Cid Martins. O GDI foi lançado em dezembro, a partir da crença do Grupo RBS de que as reportagens investigativas são essenciais para manter a relevância do jornalismo na atualidade e sinaliza o reforço do investimento da empresa em um gênero de reportagem que demanda longos períodos de apuração para revelar fatos que tenham alto impacto econômico, político e social.