Wednesday, 4 de May de 2016

Jornalistas, convidados e leitores se reúnem para debater os rumos do jornalismo no aniversário de ZH

Evento realizado no Instituto Ling, em Porto Alegre, na manhã desta quarta-feira (4) marcou os 52 anos do jornal
O presidente do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, na abertura do Em Pauta ZH especial de aniversário O presidente do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, na abertura do Em Pauta ZH especial de aniversário Uma manhã de debates sobre o futuro do jornalismo marcou a edição especial desta quarta-feira (4) do Em Pauta ZH, em comemoração ao aniversário de 52 anos de Zero Hora. Quatro painéis reuniram repórteres, colunistas e editores para abordar a relevância do jornalismo para a sociedade, a reportagem especial e investigativa, o papel dos colunistas e das informações exclusivas e, por fim, a arte de contar histórias. O evento ocorreu no Instituto Ling, em Porto Alegre, e teve uma plateia de assinantes, professores, estudantes e formadores de opinião. Na abertura, o presidente do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, destacou o compromisso de Zero Hora com os leitores e com o jornalismo de qualidade: – Celebrar mais de meio século de vida é um orgulho para todas as empresas, e em particular para um jornal, em razão de seu impacto social, principalmente nos dias de hoje, em que se precisa de uma imprensa livre e ética. Os debates começaram abordando a relevância do jornalismo para a sociedade, com a participação do jornalista e professor da USP Eugênio Bucci e do vice-presidente Editorial do Grupo RBS, Marcelo Rech, e mediação da diretora de redação dos jornais do Grupo RBS, Marta Gleich. Questionado sobre a qualidade do jornalismo no Brasil hoje no contexto mundial, Bucci avaliou que, em uma perspectiva histórica, houve avanços. Observou que vivemos um período "relativamente novo" em que a qualidade da imprensa no país tem sido pauta de um debate internacional, o que é um aspecto positivo. – A imprensa vai se tornando assunto de interesse global, assim como a democracia se torna um espaço menos restrito às fronteiras nacionais. Já há estudiosos que falam em um espaço público global – observou Bucci, acrescentando que cabe à sociedade o papel de fiscalizar a imprensa. Os repórteres especiais Humberto Trezzi e Carlos Rollsing, de Zero Hora, Jonas Campos,  RBS TV, e Cid Martins, da Rádio Gaúcha, participaram do segundo painel do evento, que discutiu o jornalismo investigativo, e entraram em consenso que a grande reportagem nasce com obstinação e respaldo da empresa. – É importante a empresa acreditar no trabalho do repórter, deixá-lo fora da escala por um ou dois meses para tocar uma investigação, e que esteja blindada de pressões – afirmou Jonas Campos. "Informação exclusiva e opinião" foi o tema do terceiro painel, que reuniu três colunistas do jornal: Rosane de Oliveira, especializada em política, Marta Sfredo, que escreve sobre economia, e Tulio Milman, titular do Informe Especial. Rosane observou que, em seu ponto de vista, a palavra de ordem no trabalho de um colunista é independência. Comentou que alguns leitores tendem a suspeitar, equivocadamente, que a posição do colunista é motivada por trocas de favores: – Estou há 24 anos em Zero Hora e há 13 na coluna, sempre lidando com a "grenalização" que é a política no Rio Grande do Sul. É difícil. Reconhecidos pela habilidade narrativa, Marcelo Canellas, repórter especial da Rede Globo, e Letícia Duarte, repórter de Zero Hora, participaram do quarto e último painel, mediado pela editora de ZH Dione Kuhn. – Vivemos uma época em que se fala em crise o tempo todo: política, econômica, da imprensa. É nesse momento que temos que recuperar a necessidade humana de ouvir e contar histórias. Nunca antes as grades histórias mereceram tanto espaço – afirmou o jornalista formado pela UFSM. O evento foi encerrado com uma intervenção da vice-presidente de Jornais e Mídias Digitais do Grupo RBS, Andiara Petterle. Ela reforçou que o grupo é movido pela missão de inspirar e transformar a vida dos gaúchos com jornalismo. E afirmou que as novas mídias trazem possibilidade de desenvolver novas formas de contar histórias: – Nunca tivemos tanta audiência, graças ao acesso crescente a tablets e smartphones. Isso abre novas oportunidades para alcançarmos nossa missão de transformar, buscando a melhor experiência dos leitores nas novas plataformas. Assinante de Zero Hora desde 1993, a professora de artes Elaine Veit, 64 anos, conta que recentemente passou a ler o jornal no tablet: – Levo para todos os lugares, até para a praia. Agora vou levar para a Itália. A cobertura completa do evento com vídeos, galerias de fotos e repercussão nas redes sociais pode ser conferida no site de Zero Hora.