
Crédito: Luiz Armando Vaz
Ao longo de quase dois meses, os repórteres Carlos Ismael, de
Zero Hora, e Eduardo Torres, do
Diário Gaúcho, estiveram em delegacias de 19 municípios da Grande Porto Alegre para investigar as 50 mortes de crianças e adolescentes ocorridas nos primeiros cinco meses do ano. O resultado do trabalho em conjunto estará nas páginas de ZH e DG na próxima segunda-feira (13), com o título Adolescência Assassinada.
– O que fizemos foi um levantamento de fôlego. Constatamos que o jovem está no meio de uma linha de tiro e que, quando uma vida se perde, deve-se multiplicá-la por três ou quatro vidas reais. A perda afeta uma família inteira – analisa Eduardo Torres.
– O trabalho foi intenso, pois tivemos que percorrer cada uma das delegacias da Região Metropolitana. Nosso papel era, a partir do aumento significativo do número de jovens assassinados, tentar entender como eles são levados para a situação de risco. A surpresa foi perceber o papel que a escola exerce na vida desses jovens, servindo de refúgio para eles – explica Carlos Ismael.
Carlos Ismael e Eduardo Torres levantaram que, em comparação com o mesmo período do ano passado, houve um aumento de 61,2% de assassinatos de jovens – 62% deles tinham entre 16 e 17 anos. Entre os dados levantados, destaca-se o número de vítimas mortas por engano ou por bala perdida, que é de 36,7%.